Ainda em Coimbra resolvemos reviver um dos mais belos romances de sempre, outrora eternizado por Luís Vaz de Camões na sua célebre epopeia. Foi assim que nos deslocamos até aos jardins da Quinta das lágrimas, localizados na margem esquerda do rio Mondego, em Santa Clara, caraterizados por ser um dos locais mais emblemáticos da cidade e onde se acumulam as mais diversas memórias.
Aí se encontram localizadas as tão célebres “fonte dos amores” e “fonte das lágrimas”, que serviram de pano de fundo dos amores do que viria a ser o futuro Rei de Portugal (D. Pedro I) e D. Inês de Castro, a fidalga da corte, hoje detidas e preservadas pela Fundação Inês de Castro.
Pedro, filho de Afonso IV e D. Beatriz, cedo viria a ser prometido por seu pai para casar com D. Constança, contudo, numa das vezes que D. Pedro se deslocara a Castela conheceu aquela que viria a ser o seu grande e eterno amor- Inês de Castro- uma da aias de D. Constança . Tendo sido forçado a casar com esta última, D. Pedro continuou a encontrar -se com D. Inês, provocando assim grande burburinho por toda a corte o que causou grande descontentamento a seu pai, D. Afonso IV que, furioso com tais comentários ordenou que esta fosse para o exílio no convento de Santa Clara.
Embora não pudesse estar com a sua amada, Pedro insistentemente continuou a contactá-la enviando lhe cartas e rondando os muros do convento.
Após a sua saída do exílio, Inês circulou de castelo em castelo tendo -se instalado num pavilhão de caça (atual Quinta das Lágrimas), que fora mandado edificar pela Rainha Santa Isabel (avó de D. Pedro).
Esta viria a ser a sua última morada, uma vez que por ordem de D. Afonso IV vem a ser tragicamente assassinada por três dos seus conselheiros.
Para D. Afonso IV esta seria a única via de pôr termo ao romance de D. Pedro e D. Inês, pelo que aproveitou a ausência de Pedro para ordenar que esta fosse apunhalada de forma vil e fria junto à hoje conhecida pela fonte das lágrimas.
Assim foi denominada por Luís de Camões em “Os Lusíadas”, como “Fonte das Lágrimas”, referindo que a mesma nascera das lágrimas vertidas por Inês ao ser assassinada a mando de Afonso IV de Portugal. O sangue de Inês terá ficado preso às rochas do leito, ainda rubras após seis séculos e meio.
Logo que Pedro tomou conhecimento da trágica notícia, furioso e com o seu coração cheio de dor declara guerra ao pai e assim que sobe ao trono persegue os assassinos de Inês e manda-os executar.
Para além disso, Pedro legítima os filhos que tivera com D. Inês afirmando que tinha casado com esta em Bragança, razão pela qual hoje se refere que “após a sua morte foi rainha”.
D. Pedro mandou ainda construir dois esplêndidos túmulos no mosteiro de Alcobaça, para onde trasladou o corpo da sua amada Inês e onde mais tarde se viria a juntar a ela para aí permanecerem eternamente juntos.
Tão bela história merece esta breve referência, adoramos este passeio pelos jardins, onde pudemos também desfrutar de toda a paisagem envolvente. O único inconveniente foi o piso irregular e a dificuldade na mobilidade para se aceder com um carrinho de bebe mas valeu imenso a pena, por isso deixo aqui alguns dos nossos momentos.
Espero que apreciem…
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Fonte das Lágrimas |
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Anfiteatro "Colina de Camões" - Quinta das Lágrimas |
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Árvore Milenária - Quinta das Lágrimas |
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Arco Neo-Gótico - Quinta das Lágrimas |